Saúde
O mosquito transmissor de malária tem sua
multiplicação e dispersão favorecidas pelo aumento de temperatura.
É esperado o aumento na incidência e mudanças na
distribuição geográfica de várias doenças, especialmente as
cardiorrespiratórias, as infecciosas e as ligadas à má nutrição, elevando
significativamente os custos com a assistência médica e social.[136][83] O
aquecimento deve provocar também a redistribuição geográfica de todas as
doenças que de alguma forma são influenciadas pelo clima e pelas condições do
tempo. Doenças como a malária e a dengue, que são veiculadas por mosquitos,
ocorrem em regiões quentes, onde o desenvolvimento do mosquito é favorecido.
Com a elevação das temperaturas globais, regiões mais frias, antes imunes a
essas doenças, estão se tornando novos focos epidêmicos, e onde elas já
existiam, estão se agravando.[281][282][283] Segundo Barcellos et al., a
malária é um dos principais problemas de saúde pública na África, ao sul do
deserto do Saara, no sudeste asiático e nos países amazônicos da América do
Sul, e a dengue é a principal doença reemergente nos países tropicais e
subtropicais. Várias outras moléstias influenciadas pelo clima, como a
leishmaniose, febre amarela, filariose, febre do oeste do Nilo, doença de Lyme
e várias arboviroses, provavelmente seguirão neste caminho. Outras perturbações
nos ecossistemas ou nos sistemas produtivos, que favoreçam a proliferação de
vetores dessas doenças ou diminuam a resistência humana às infecções, como a
subnutrição, a água potável de baixa qualidade, problemas de saneamento como
ocorre nas inundações, tendem a aumentar a gravidade e a incidência das
epidemias. Alterações de temperatura, umidade e chuva podem amplificar os
efeitos das doenças respiratórias, assim como alterar as condições de exposição
aos poluentes atmosféricos.[284][283]
Outras doenças que estão tendo condições mais
favoráveis de difusão em virtude do aquecimento são as zoonoses, aquelas que
são típicas de animais mas podem contaminar o homem. A degradação ambiental
generalizada que ocorre hoje força migrações de populações selvagens e muitas
vezes elas invadem áreas habitadas pelo homem em busca de novos locais de
abrigo e alimento, facilitando as infecções. Outros fatores colaboram
ativamente neste processo, como o crescente comércio de espécies selvagens
exóticas e mudanças no uso da terra. Epidemias recentes de gripe aviária, vírus
ebola e síndrome respiratória aguda grave, que custaram muitas vidas e enormes
recursos financeiros, são exemplo dramáticos de zoonoses que provavelmente se
tornarão mais frequentes, e sob certas circunstâncias podem degenerar em
perigosas pandemias. O aquecimento global é uma das principais causas do
surgimento de novas doenças.[285] A saúde geral das populações e sua capacidade
de responder às novas doenças também devem ser afetadas pelo aquecimento. O
aumento nas concentrações atmosféricas de CO2 deve favorecer a disseminação de
diversos vegetais que provocam grandes incômodos para o homem na forma de
alergias, e o gás estimula a produção de pólen, outro alérgeno importante.[174]
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