Bairro de New Orleans, nos Estados Unidos, com casas
com água até o teto após a passagem do furacão Katrina.
Já existem vários projetos destinados a obras de
adaptação e a conter a subida do mar em alguns locais críticos, construindo-se
canais, comportas, diques, ilhas artificiais, muros, estruturas flutuantes,
terraços e outros métodos, como o reflorestamento costeiro e fixação de dunas.
Os Países Baixos, que possuem grande parte de seu território muitos metros
abaixo do nível do mar e construíram um eficiente sistema de grandes diques
para protegê-lo, são frequentemente apontados como um modelo bem sucedido de
ação. Mas os custos de erguer e manter obras desse tipo são
altíssimos.[224][222] Os novos diques para proteção apenas da cidade de Veneza,
por exemplo, custaram mais de 5 bilhões de euros.[225] Os planos para proteção
de Nova Iorque têm um custo calculado em cerca de 20 bilhões de dólares.[226]
Também é questionada a eficiência dessas proteções em situações extremas,
quando seriam especialmente importantes, e cita-se como exemplo o caso de Nova
Orleans, cujos sólidos e bem conservados diques de proteção foram rompidos pelo
furacão Katrina, alagando vários bairros da cidade com metros de água.[224]
Miami já gastou cerca de 100 milhões de dólares em proteção, no futuro próximo
deve gastar mais algumas centenas de milhões, e mesmo assim, em função do
terreno permeável onde se assenta, seu destino é incerto.[227][228] Tais obras
geralmente desencadeiam impactos ambientais sérios pela escala monumental das
intervenções na geografia e nos ecossistemas litorâneos, baixam o valor das
propriedades costeiras e limitam seu uso recreativo. O muralhamento costeiro em
escala mundial, por sua vez, além de ser em si mesmo indesejável, seria
impraticável, especialmente se as previsões mais pessimistas se confirmarem.
Assim, para muitos cientistas e administradores, tentar conter o avanço do mar
na maior parte dos casos já mostrou ser uma batalha perdida, produzindo apenas
benefícios efêmeros e ilusórios, valendo mais a pena iniciar uma retirada
estratégica para o interior em larga escala em uma perspectiva de longo prazo,
a qual, para ser bem sucedida, deve ser feita com muito planejamento. Porém, o
tempo para isso está diminuindo, enquanto que a ameaça está
aumentando.[218][219][220][222][229][230][231]
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