Poluição e outros efeito

Poluição e outros efeitos
Ver artigo principal: Poluição marinha, Acidificação oceânica, Desoxigenação oceânica, Declínio das populações de peixes marinhos

Alteração do pH (índice de acidez) na superfície oceânica devido ao aumento de CO2 entre 1700 e 1990. As zonas amarelas e vermelhas mostram onde a acidificação foi mais intensa.

Em experimentos laboratoriais a concha do pterópode Limacina helicina dissolveu-se em 45 dias em condições de acidez marítima previstas para o ano 2100.

Animais mortos por desoxigenação no fundo do mar Báltico, 2006.
Já se sabe também que os gases atmosféricos em alteração estão mudando a composição química dos oceanos, já que os gases se dissolvem nas águas a partir da atmosfera e voltam para o ar em um processo ininterrupto de intercâmbio e equilíbrio mútuo. Todos os ecossistemas marinhos dependem fortemente das condições do mar próximas da superfície, entre outros motivos, porque ali se realiza a maior parte da oxigenação da água e ali principalmente viceja o plâncton, que está na base das cadeias alimentares marinhas, e nesta camada superficial as águas são mais sujeitas à influência da atmosfera. O efeito é potencializado pelo aumento das temperaturas oceânicas e está relacionado a muitos outros efeitos secundários físicos e biológicos que por sua vez influem de volta sobre a atmosfera, sendo importantes reguladores naturais do clima. Os oceanos são os maiores sequestradores de CO2 atmosférico. Esta impregnação excessiva das águas pelo gás carbônico constitui uma forma de poluição química.[252][253]

A elevação da concentração de CO2 nos mares fez com que as águas se tornassem 26% mais ácidas do que eram no período pré-industrial.[192] Este fenômeno é especialmente daninho para os animais que utilizam sais de cálcio para construir suas conchas e estruturas corporais, destacando-se entre eles os corais, os moluscos e crustáceos, bem como muitas espécies de plâncton, que têm essas estruturas dissolvidas ou malformadas pela elevada acidez da água.[254][255] Segundo estudo publicado pela Royal Society, mesmo que a poluição química dos mares cesse imediatamente, a acidificação precisará de milênios para ser revertida por processos naturais, e não foi provado que o homem poderá revertê-la artificialmente.[256] Paralelamente, baixaram as concentrações de O2 (oxigênio), que é essencial para a preservação da vida.[252] O conhecimento científico sobre as interações gasosas entre o ar e o mar ainda precisa ser aprofundado, mas vários estudos referem que deve haver mudanças biológicas em larga escala nos seres marinhos. Observações mais pontuais já indicaram que o metabolismo de vários grupos de criaturas aquáticas já foi afetado em alguma medida em várias regiões oceânicas, desde o plâncton, passando por corais e moluscos de concha, até grandes peixes, fazendo com que apresentem distúrbios de comportamento e de crescimento, ou diminuam suas populações, seja em função da acidez, da desoxigenação, da combinação de ambas e/ou da influência de outros agravantes, como os despejos de lixo e esgotos.[252][257][256][258][259][260]

Já existem vários indícios de que a salinidade está diminuindo em vários mares do mundo, com impacto potencial mas indeterminado sobre a bioquímica marinha. Embora as evidências não sejam suficientes para indicar uma causa com segurança, parece provável a influência das mudanças climáticas globais, especialmente através do degelo de glaciares e banquisas polares e mudanças nas chuvas e na umidade atmosférica.[261]

A combinação de aquecimento, mudança na salinidade, derretimento dos gelos e elevação do nível do mar também modifica a circulação termoalina, as correntes marinhas e a estratificação das camadas de água.[262] A Corrente do Atlântico Norte, por exemplo, aparentemente está enfraquecendo à medida que a temperatura média global aumenta. Isso significa que áreas como a Escandinávia e a Inglaterra, que são aquecidas pela corrente, poderão apresentar climas mais frios a despeito do aumento do aquecimento global. Evidências recentes mostram em alguns lugares, como na área entre as Ilhas Canárias e a Flórida, uma redução de 25% a 30% na velocidade média e mudanças anuais súbitas e irregulares na Circulação do Atlântico Meridional, parte do sistema de circulação termoalina global, o que tende a fortalecer os furacões no Atlântico e pode elevar em até 13 cm o nível do mar na costa norte-americana ao norte de Nova Iorque.[263] Os giros do Pacífico Norte e do Pacífico Sul parecem ter se expandido e reforçado desde 1993, e a Corrente Circumpolar Antártica parece ter se deslocado cerca de 1º de latitude para o sul desde 1950, o que corresponde a cerca de 110 km.[13] Mudanças nas correntes marinhas e na estratificação também afetam a biodiversidade de várias maneiras importantes, modificando os padrões de oxigenação das águas e de trocas térmicas entre as camadas de água e entre o mar e o ar, alterando rotas de migração e os ciclos reprodutivos e interferindo na oferta de alimento, fatores que levam ao declínio das populações ou à sua redistribuição geográfica, e por fim repercutem negativamente sobre os interesses humanos.[264][265][266]


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