Efeitos sobre o mar

Efeitos sobre o mar
Aquecimento das águas e elevação do nível do mar
Ver artigo principal: Subida do nível do mar, Aquecimento oceânico

Mapa indicando as variações regionais no nível do mar entre 1993 e 2010

Elevação recente do nível médio dos oceanos.

Gráfico mostrando a taxa de aquecimento médio dos oceanos entre 1957 e 2013. O gráfico aponta para uma aceleração na taxa de aquecimento no período mais recente.
Uma outra causa de grande preocupação é a subida do nível do mar. Entre 1901 e 2010 o nível médio do mar subiu cerca de 19 centímetros, com uma faixa de variação entre 17 e 21 cm. A elevação está acelerando. Entre 1901 e 2010 o nível subiu cerca de 1,7 milímetros por ano [variação de 1,5 a 1,9 mm], 2,0 mm por ano [variação de 1,7 a 2,3 mm] entre 1971 e 2010, e 3,2 mm por ano [variação de 2,8 a 3,6 mm] entre 1993 e 2010.[192] O nível dos mares é sujeito a muitas variáveis naturais e, ao contrário do que se poderia imaginar, é bastante desigual nas diferentes regiões oceânicas. Foi preciso ter em conta muitos fatores para se chegar a uma estimativa do aumento do nível do mar e o cálculo que levou à conclusão não foi simples de fazer, porque este nível é influenciado pela constante movimentação natural da crosta terrestre, que eleva algumas regiões enquanto outras afundam.[193][194][195]

O aquecimento global provoca subida dos mares através de dois fatores principais: o primeiro é a expansão térmica das águas, um mecanismo pelo qual as águas se expandem ao aquecer, ocupando maior volume. Os oceanos absorvem cerca de 90% do calor gerado pelo efeito estufa, e por isso aquecem e se expandem.[196] Segundo informa o IPCC, calcula-se que a expansão térmica contribua atualmente com pelo menos 0,4 (±0,1) mm de elevação anual.[83] A expansão térmica da água tem sido responsável até agora por cerca de 40% da elevação total, mas essa proporção poderá mudar futuramente com a variação da contribuição do derretimento dos gelos.[197] Um estudo de 2012 de Levitus et al. encontrou que se todo o calor armazenado nos oceanos desde 1995 fosse liberado de uma só vez para a atmosfera inferior (10 km), esta camada teria sua temperatura elevada em 36 °C. Isso não vai ocorrer desta maneira, mas dá uma medida do grande papel dos mares na dinâmica da temperatura mundial, e evidencia o quanto eles têm retardado o aumento do aquecimento atmosférico geral. Porém, este importante armazenamento de calor tem gerado efeitos negativos de grande amplitude para a vida marinha. O aquecimento tem sido observado de forma consistente em todas as bacias oceânicas do mundo, mesmo levando em conta a variabilidade regional ou multidecadal que ocorre naturalmente, como o fenômeno do El Niño e a Oscilação do Atlântico Norte.[198]

O segundo fator importante é o derretimento das calotas polares e dos glaciares de montanha, que acrescenta água líquida aos mares.[83] As perdas totais de gelo mundial entre 2005 e 2009 foram calculadas pelo 5º Relatório do IPCC em 301 gigatoneladas por ano em média. As perdas vão continuar grandes no futuro próximo mesmo se as temperaturas se estabilizarem imediatamente. Não há garantia de que a tendência será reversível.[13] Dados da NASA revelam que o gelo perdido nas geleiras e calotas polares entre 2003 e 2010 totalizou cerca de 4,3 trilhões de toneladas, adicionando cerca de 12 milímetros ao nível do mar.[199]



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