Terminologia
O termo "aquecimento global" é um tipo
específico de mudança climática à escala global. No uso comum, o termo se
refere ao aquecimento ocorrido nas décadas recentes devido à influência
humana.[2] O termo "alteração climática antrópica" equivale às
mudanças no clima causadas pelo homem. O termo "antrópico" parece ser
mais adequado do que "antropogênico", um cognato do inglês
"anthropogenic", bastante usado neste assunto, inclusive em textos em
português. Porém, segundo os dicionários Priberam, Aulete e Michaelis, em
português "antropogênico" refere-se especificamente à antropogênese,
a geração e reprodução humanas e às origens e desenvolvimento do homem como
espécie[3][4][5][6] (do grego ánthropos, homem + genesis, origem, criação,
geração).[7]
Já "antrópico" é referente àquilo que diz
respeito ou procede do ser humano e suas ações, de maneira mais genérica (do
grego anthropikos, humano).[8][9] O dicionário Michaelis define como
"pertencente ou relativo ao homem ou ao período de existência do homem na
Terra".[10] O dicionário Houaiss traz até mesmo, em uma de suas definições
deste verbete, como "relativo às modificações provocadas pelo homem no
meio ambiente" — daí a preferência pelo termo "antrópico", neste
artigo, para designar as mudanças causadas pela influência humana.
História do clima
Comparação de 10 curvas procurando estimar a
variação de temperatura na Terra nos últimos 2000 anos. O IPCC faz notar que os
valores anteriores a 1860 são muito incertos porque os dados referentes ao Hemisfério
Sul são insuficientes.
Variação da temperatura média global de 1880 até
2013.
A Terra, em sua longa história, já sofreu muitas
mudanças climáticas globais de grande amplitude. Isso é demonstrado por uma
série de evidências físicas e por reconstruções teóricas. Já houve épocas em
que o clima era muito mais quente do que o de hoje, com vários graus acima da
temperatura média atual, tão quente que em certos períodos o planeta deve ter
ficado completamente livre de gelo. Entretanto, isso aconteceu há milhões de
anos, e suas causas foram naturais. Também ocorreram vários ciclos de
resfriamento importante, conduzindo às glaciações, igualmente por causas
naturais. Entre essas causas, tanto para aquecimentos como para resfriamentos,
podem ser citadas mudanças na atividade vulcânica, na circulação marítima, na
atividade solar, no posicionamento dos polos e na órbita planetária. A mudança
significativa mais recente foi a última glaciação, que terminou em torno de 10
mil anos atrás, e projeta-se que outra não aconteça antes de 30 mil anos.[11]
Este último período interglacial, chamado Holoceno,
também sofreu mudanças climáticas naturais, embora tenha sido um período de
notável estabilidade quando comparado às interglaciais anteriores. Houve
variações perceptíveis, mas tiveram pequena amplitude e provavelmente foram
fenômenos localizados e não globais, como o período quente medieval ou a
pequena idade do gelo, que são melhor explicadas por causas naturais. Muitas
dessas mudanças, especificamente os períodos de aquecimento, são em alguns
aspectos comparáveis às que hoje se verificam, mas em outros aspectos o
aquecimento contemporâneo é distinto, principalmente no que diz respeito às
suas causas e à velocidade em que está acontecendo.[12]
É inequívoco que a temperatura média da Terra tem se
elevado desde meados do século XIX. No período de 1880–2012 a temperatura
global, combinando os registros dos oceanos e dos continentes, aumentou em
média 0,85 °C, com uma faixa de variação de 0,65 a 1,06 °C. A elevação na temperatura
não foi, porém, linear, com várias oscilações para mais e para menos. Variações
desse tipo são naturais e esperadas, mas a tendência geral é claramente
ascendente. Cada uma das três últimas décadas têm sido mais quente do que a
década anterior,[13] recordes de temperatura têm sido batidos a cada ano nos
últimos anos, e evidências recentes apontam para uma tendência de aceleração na
velocidade do aquecimento nos últimos 15 anos.[14] Esse aumento não pode ser
explicado satisfatoriamente sem levarmos em conta a influência humana. De fato,
há fortes evidências indicando que o aquecimento antrópico tem sido tão
importante que reverteu uma tendência natural dos últimos 5 mil anos de
resfriamento do planeta.[13] Apesar de o oceano absorver mais calor do que as
massas continentais, responde com mais lentidão, e desde 1979 as temperaturas
em terra aumentaram quase duas vezes mais rápido que as temperaturas no oceano
(0,25 °C por década contra 0,13 °C por década). As temperaturas na troposfera
mais baixa aumentaram entre 0,12 e 0,22 °C por década desde 1979.[15]
Emissões antrópicas de alguns poluentes — em
especial aerossóis de sulfato — podem gerar um efeito refrigerante através do
aumento do reflexo da luz incidente. Isso explica em parte o resfriamento observado
no meio do século XX, embora isso possa também ser atribuído em parte à
variabilidade natural.[16]
O aquecimento global
Ver artigo principal: Mudança do clima
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