Fotógrafo moçambicano Mário Macilau junta-se a marca de vinhos francês


O fotógrafo moçambicano Mário Macilau vai iniciar no próximo mês de Agosto, um projeto na comuna Francesa de Saint-Émilion, em parceria com uma marca de vinhos da mesma região, a Fundação para as Artes da Africa do Sul, e um grupo de arquitetos Franceses, com os quais o artista tem vindo a colaborar nos últimos anos. A ideia é produzir um projeto artístico na pequena e bonita comuna da margem direita de Bordeaux, uma pequena cidade com uma riqueza cultural tão diversa quanto os seus infinitos vinhedos que se espraiam no horizonte.
O artista irá passar três meses no meio de fileiras de casas antigas, vielas de pedra estreitas e inclinadas, muralhas que remontam às fortalezas erguidas para proteger o povoado contra as invasões bárbaras, tudo a convergir para a igreja medieval da vila, construída num monólito, entre os séculos XI e XVI. Esta iniciativa tem como mote “a arte de elaborar vinhos” ou “a arte da degustação” porque “o vinho é uma obra de arte.

“Este é um projeto que procura olhar para a criação do vinho sob uma outra perspetiva. Existe uma relação estreita entre o vinho e a arte, devido à carga cultural e histórica que ambos transportam. Ambos convocam o êxtase, a inspiração, a vitalidade e o prazer de viver. No meio da arte fotográfica e da pintura há sempre essa conexão que chega aos vinhos. A forma artesanal como são criados aproximam o trabalho do enólogo ao do fotógrafo e do pintor. São muitos os elementos comuns nos processos desses profissionais –  a máquina fotográfica, a tela, o vinho, a garrafa e até a rolha são trabalhadas por eles de forma muito parecida, pois exigem grande dedicação e sensibilidade.
Para além do vinho, a Arquitetura também estará presente neste projeto. Nos últimos anos tenho trabalhado com arquitetos de grande renome de Portugal, França, China, Japão, Brasil, Angola, Reino Unido, Espanha, Africa de Sul e entre outros países, que de alguma forma me têm permitido obter um olhar diferente da arte fotográfica e das minhas pinturas. Além da valorização da cultura que promovo e dos valores que a arte Moçambicana contém. Com este diálogo pude aprender muitas coisas que me permitiram crescer, em primeiro lugar como ser humano, e em segundo lugar como artista. Estas parâmetros abriram-me muitas possibilidades que, sempre que regresso, partilho com os outros, no Bairro onde cresci e onde até hoje vivo.

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